- Por que
não dais um sinal visível para que o mundo possa ver que
sois a Mãe de Deus?
- Já
o dei.
Aparições
de
Maria
Santíssima
no
norte do Brasil
Extraído do livro:
O
Fim do Mundo está próximo! Prophecias antigas e recentes
do Padre Jules Marie,
2ª edição - 1939 - Livraria Boa Imprensa - Rio
|
(A
língua portuguesa do livro, antiga, foi atualizada.
Este
livro pode ser encontrado na Biblioteca Nacional do Brasil -- RJ.
O
autor, na época padre, veio posteriormente a se tornar bispo.)
Digitado
por Fabio R. Araujo em setembro de 1998.
A primeira edição deste livro estava
no prelo quando tive notícia de uma das aparições
de Maria Santíssima no norte do Brasil.
A notícia foi-me transmitida por um sacerdote
exemplar, incapaz de ilusão ou de fraude.
Preferi esperar e deixar para mais tarde a divulgação
do fato, que a autoridade eclesiástica, sempre prudente e justamente
desconfiada, conservava secreta, para evitar precipitações
ou juízos mal fundados.
Eis que perto de dois anos depois, um amigo enviou-se
uma revista alemã, de responsabilidade e de orientação
segura: Koenigsreuthes Jahrbuch - 1936, onde encontrei a narração
resumida, mas completa, destas aparições.
É desta revista que traduzo o fato, sem mudar
nem acrescentar uma vírgula. Achei as aparições revestidas
de todos os requisitos de veracidade, cabendo à autoridade eclesiástica
pronunciar-se a respeito, o que cedo ou tarde ela fará, seguindo
como sempre segue, as normas do tempo e da prudência.
Sendo aparições e revelações
privadas, estas têm apenas um valor humano, e merecem só uma
fé humana; porém mesmo assim vale a pena citá-las
e meditá-las, porque se a mesma credulidade é um mal, a incredulidade
sistemática é um mal maior.
Haverá qualquer coisa de tão singular
numa aparição da Mãe de Deus em terras brasileiras?
Não somos nós uma nação
consagrada à Virgem Imaculada da Aparecida?
Não somos nós, também, um povo
amoroso e dedicado ao culto de nossa Mãe Celeste?
Se ela se dignou a mostrar-se um dia em Lourdes,
La Salette, Pontmain, Pellevoisin, na França; em Fátima (Portugal)
e ultimamente em Beauraing e Baneaux, na Bélgica, porque ela não
se mostraria também no Brasil, dando-nos deste modo, uma prova de
seu amor maternal e da sua solicitude para com o povo brasileiro?
Cada um poderá acreditar ou não acreditar
nos fatos aqui narrados. A Igreja nada determinou; há, pois, liberdade
de aceitá-los ou de rejeitá-los; como há liberdade
de silenciar os fatos ou de publicá-los.
É apoiado sobre esta liberdade, sem querer
adiantar os julgamentos da autoridade eclesiástica, que aqui publico
a tradução da revista de Koenigsreuth:
-
I. PRIMEIRA APARIÇÃO
Maria Santíssima apareceu ultimamente num
lugarejo do norte, em agosto de 1936. Se omito o nome do lugar, é
atendendo o desejo das autoridades eclesiásticas.
Era 6 de agosto de 1936.
Duas meninas foram mandadas ao campo afim de colher
mamona. Uma chama-se Maria da Luz e a outra Maria da Conceição.
Esta é de família pobre e conta 16 anos de idade, filha de
um empregado do pai de Maria da Luz.
Na ocasião das aparições, aquelas
redondezas eram perturbadas por bandos de gatunos que roubavam e saqueavam
a valer, causando grande inquietação nos habitantes.
Durante esta saída, Maria da Conceição,
perguntou a sua companheira: "Que farias se os ladrões nos encontrassem
agora?"
- Ficaria muito quieta, pois Nossa Senhora nos protegeria
- respondeu Maria da Luz.
Casualmente aquela, olhando para uma montanha próxima,
exclamou: "Veja lá uma Senhora". De fato lá se achava uma
Senhora que as chamava por acenos, tendo nos braços um belo menino.
Do lado em que as meninas estavam, era impossível
a subida: as rochas e ramos emaranhados impediam a passagem; foi-lhes necessário
tomar um desvio, passando perto de sua casa para poderem subir com mais
facilidade. Como eram onze horas da manhã, a mãe de Maria
chamou-as para almoçarem. Elas não quiseram ir, contando
o que tinham visto e queriam seguir o caminho até aquele lugar.
A mãe - boa senhora, vice-presidente do Apostolado
da Oração - disse simplesmente: "É história,
venham almoçar." Neste momento, chega o pai, Arthur Teixeira, para
almoçar. As meninas sentadas de fronte à casa, falavam sobre
aquela senhora com a criança nos braços, a qual lhes acenara.
A janela estando aberta, a mãe de Maria da Luz ouviu a conversa
e narrou-a ao pai desta.
O sr. Arthur pediu-lhes que contassem o que haviam
visto; as meninas lhe disseram tudo, asseverando com tal segurança
que ele quis acompanhá-las. Tomando uma foice, começou a
limpar o caminho, quando, quase sem saber como, as meninas já haviam
alcançado o cume do monte.
De lá as meninas lhe gritavam, apontando
em direção de uma pedra branca. Com dificuldade ele alcançou
o alto, mas nada via do que lhe diziam.
Entretanto, a mãe não ficou tranquila
em casa; trouxe consigo as crianças, em número de cinco ou
seis. Destas últimas, ninguém conseguiu ver coisa alguma.
Apesar das meninas sustentarem que viam diante de
si uma senhora com um menino, o pai, para mais segurança, mandou
que elas lhe perguntassem o que desejava.
Perguntaram e a visão respondeu: "Minhas
filhas, virão tempos calamitosos para o Brasil! Dizei a todo o povo
que se aproximam três grandes castigos, se não for feita muita
penitência e oração."
Restava-lhe muito a dizer ainda, mas ficou para
mais tarde. As notícias corriam de boca em boca e os homens se aglomeravam
naquele lugar onde fora vista aquela senhora com a criancinha, esperando
ver qualquer coisa, mas nada viam.
-
II. PRIMEIRAS AVERIGUAÇÕES
Entretanto, o vigário da Paróquia
mandou chamar o pai de Maria da Luz, aconselhando-lhe que trouxesse a menina
a fim de participar do retiro espiritual das Filhas de Maria, desde o dia
10 a 15 de agosto, preparando-se então para a primeira comunhão.
Nesta ocasião o pai poderia estar com o sr. Bispo.
Mas não foi somente esta a singular aparição
da Senhora. Na passagem diária das meninas naquele lugar, ela lhes
aparecia.
As opiniões eram, como só acontece
em tais casos, sempre divididas; uns acreditavam, outros zombavam.
As advertências de Nossa Senhora eram reiteiradas:
pedia sempre e insistia que era preciso rezar; senão seu Filho castigaria
severamente o País.
Certo dia houve um garoto naquele lugar, que atirou
uma pedra em direção à aparição. As
meninas, disseram que a pedra atingiu a mão de Nossa Senhora e que
jorrava muito sangue.
Como dizíamos, atendendo o pedido do vigário,
o pai levou a menina para P., apresentando-a ao sr. Bispo, mas este mandou
seu secretário ouvi-la, pois estava muito ocupado.
Após a audiência, o padre disse: "Vocês
estão enganadas." Porém Maria da Luz sustentou a palavra.
Terminou-se a conversa entregando o padre umas perguntas, das quais ela
devia pedir resposta à Senhora e enviá-las em seguida, na
primeira ocasião, por escrito.
A menina enviou a resposta pedida. Apesar de ela
ser um tanto atrasada, não houve a menor inexatidão. Foram
as seguintes as perguntas formuladas:
- 1 Quem pode mais que Deus?
- 2 Quantas pessoas há em Deus?
- 3 Quais são estas pessoas?
- 4 Em nome de Deus dizei quem sois e que quereis:
- 5 Quereis falar com um padre?
- 6 Que significa o sangue que jorra da vossa mão?
Após dois dias, o padre recebeu da menina
as seguintes respostas:
1 -- Ninguém.
2 -- Três.
3 -- Pai, Filho e Espírito Santo.
4 -- Sou a Mãe da graça e venho avisar
ao povo que se aproximam três grandes castigos.
5 -- Sim.
Então a menina perguntou com qual padre,
enumerando diversos. A aparição respondeu:
- Quero falar com o padre que lhe fez estas perguntas.
6 -- Representa o sangue que será derramado
no Brasil.
Estas respostas fizeram o Padre refletir e decidir
ir àquele lugar para examinar se encontraria provas ou se eram ilusões
ou falsidades.
-
III. APARIÇÃO DE JESUS
E MARIA
O lugar das aparições - "Guarda" -
é localizado num alto, circundado de montanhas. Em baixo da montanha,
num vale, está a casa dos pais de Maria da Luz, a 500 metros de
distância.
A subida é muito penosa. "Só com muita
dificuldade cheguei em cima, escreve o sacerdote. Foi-me necessário
tirar os sapatos para subir. O calor era insuportável. Numa distância
de 40 a 50 metros, divisei o lugar das aparições e as duas
meninas com o pai, os quais já estavam em cima; elas me diziam que
a Senhora olhava para mim de cima, enquanto eu subia.
- Que está fazendo a aparição?
- "Está sorrindo", disseram elas.
"Eu olhei primeiro, examinando o que havia por ali:
tudo era pedra e entulho; na nossa frente estava um formidável abismo;
no lugar das aparições notava-se algo como em forma de quatro
(4); no lado esquerdo outros números como um (1-1); no meio, uma
linha branca, um pouco mais alta, que se podia alcançar só
por meio de uma escada.
"Lá está a aparição",
diziam as meninas; mas eu nada via. Sob a pedra que se achava diante de
mim, numa abertura, corria um pouco d'água.
"Perguntei ao pai de Maria da Luz se aquela água
sempre existiu ali. Ele me disse: não; mas como muitos não
acreditassem nas aparições, as meninas pediram um sinal;
desde então começou a brotar água.
Fiquei em cima com Maria da Luz e pedi que Maria
da Conceição, com o sr. Arthur, se retirasse um pouco abaixo,
na montanha. Assim eles dois nos podiam ver, mas não ouvir. Então,
eu disse à Maria da Luz: - "Dize-me agora a verdade e não
prégues mentiras, pois do contrário serás infeliz
para toda a tua vida".
Eu queria fazê-la confessar que nada via.
Ela, porém, permaneceu inabalável. Quando eu perguntei o
que a aparição estava fazendo, disse-me ela, olhando em direção
ao lugar:
- Ela olha para cá e está sorrindo.
- Agora dize-me: como está Ela?
Maria da Luz olha e diz:
- Vejo uma bela Senhora, cujo vestido é creme,
quase como vosso capote. O manto é azul celeste, pendendo do pescoço,
onde está seguro por uma fivela, com pedras preciosas... Num braço
está a criança.
- Em que braço? No direito ou no esquerdo?
A menina não sabia distinguir o braço
direito do esquerdo. Fez uma vira-volta com o corpo e mostrou-me o braço
esquerdo.
"Ela, como o menino, traz uma coroa de ouro na cabeça",
disse-me a jovem.
- E a outra mão? - perguntei.
Fez então uma nova vira-volta (apontando-me)
mostrando-me o braço direito estendido para baixo.
"A criancinha enlaça o pescoço da
mãe com o bracinho direito", disse ela, dando uma vira-volta e apontando
o braço. A senhora tem na cinta uma fita da mesma fazenda e da mesma
cor que a do vestido. Vejo somente um dos pés.
- Qual deles? - perguntei.
Ela mostrou o pé direito, fazendo outra vira-volta.
"Atrás da Senhora vê-se um bonito oratório
com duas torres fechadas. O oratório, que tem a forma de uma casinha,
tem pedras preciosas nas suas torres".
-
IV. NOVAS INVESTIGAÇÕES
Chamei então o pai com a outra menina, ao
qual, tendo chegado, eu disse: o senhor tome Maria da Luz e vá ficar
no mesmo lugar. Eu fico com Maria da Conceição.
"Compreendeste alguma coisa do que eu disse a tua
companheira? perguntei à moça.
- Não senhor, disse ela.
Então eu lhe disse: Maria da Luz já
me disse tudo e confessou a verdade: tudo o que vós arranjastes
é mentira e invenção. Agora quero que me digas também
a verdade: não é certo que nada vês? A menina ficou
como aterrorizada e olhando para o ponto das aparições, disse-me
em tom choroso: "Se Maria da Luz disse isto ou não, eu não
sei; mas agora eu vejo a Senhora como antes".
Procurei embaraçá-la por meio de muitas
perguntas, afim de averiguar se era imaginação... Eu sou
padre, nada vejo! Tu que nada és, dizes que vês Nossa Senhora?
Ela permaneceu sempre firme.
- Está bem - disse eu - dize-me o que vês
agora.
Ela narrou tudo minuciosamente e fielmente como
a sua companheira.
Quando ela apontava o lugar da aparição
no ponto, eu dizia, para experimentá-la: Maria da Luz me disse que
é noutro lugar, lá do outro lado. Então ela olhava
parao lugar que eu dizia e respondia: "Não, eu vejo Nossa Senhora
naquele lugar branco. No lugar que Maria da Luz indicou ao senhor, eu nada
vejo."
Não encontrei sequer uma contradição
no que as meninas me diziam.
Chamei então Maria da Luz - deixando o pai
onde estava - e perguntei a ambas se viam a Senhora. Ambas responderam:
"Sim, vemos".
- Perguntem a Nossa Senhora se ela me vê,
disse eu. Perguntaram, e Ela respondeu que sim.
- Perguntem a Nossa Senhora se eu posso formular
algumas perguntas numa língua estrangeira.
- Sim, responderam, por Ela.
Fiz então umas oitenta ou noventa perguntas
em alemão, que as meninas não compreendem e recebi todas
as respostas certas. Eu recebia as respostas por intermédio das
meninas, em português, fielmente conforme eu perguntava em alemão,
como: "Wer bist du?" (quem é você?) - "A Mãe do Céu".
"Wie heisst das Kind auf deinem Arm?" (como se chama a criança em
seu braço?)
- Jesus.
- Porque apareceis aqui?
- Para avisar ao povo que três grandes castigos
cairão sobre o Brasil.
- Quais são os castigos.
Não respondeu, fazendo sinal com a mão
para fazer entender, ou que não podia falar, ou que não queria.
- Podeis então dizê-lo mais tarde?
- Sim.
- Por que não dais um sinal visível,
para que o mundo possa ver que sois a Mãe de Deus?
- Já o dei.
- Qual é o sinal?
- A água que está correndo em baixo.
- Para que serve esta água?
- Para remédio.
- Para todas as doenças?
- Sim, mas para quem tem fé.
- Quem quiser pode tirar daquela água?
- Não, só as duas meninas.
- Porque não podem tirar quem quiser?
- Para que todos creiam.
Cortemos aqui as respostas, para destacar bem o que
segue, pois é a parte essencial das revelações da
Mãe de Deus.
-
V. AMEAÇAS E REMÉDIOS
O Sacerdote continua o mesmo interrogatório,
penetrando cada vez mais no âmago das questões palpitantes
que a Virgem Santa quer revelar.
- Qual é o fim da vossa aparição
aqui?
- Avisar que três grandes castigos virão
sobre o Brasil.
- Quais castigos.
De novo ela fez sinais, fazendo entender que não
podia ou não queria falar.
- Que é necessário fazer para desviar
os castigos?
- Penitência e oração.
- Qual a invocação desta aparição?
- Das Graças.
- Que significa o sangue que corre das vossas mãos?
- O sangue que inundará o Brasil.
- Virá o comunismo a penetrar no Brasil.
- Sim,
- Em todo o País?
- Sim.
- Também no interior?
- Não.
- Os padres e os bispos sofrerão muito?
- Sim.
- Será como na Espanha?
- Quase.
- Quais são as devoções que
se devem praticar para afastar estes males?
- Ao coração de Jesus e a mim.
- Não basta só uma?
- Não.
- Quereis que se pregue sobre este assunto?
- Sim.
- Permiti-lo-ão as autoridades eclesiásticas?
Fez um gesto como se não quisesse dizê-lo.
- Darão licença mais tarde?
- Sim.
- Quereis que se construa uma igreja aqui?
- Não.
- Quereis mais tarde?
- Fez os mesmos gestos.
- Esta aparição é a repetição
de La Salette?
- Sim.
- Haverá uma romaria aqui?
- Sim.
- Por que apareceis neste lugar, cuja subida é
tão difícil?
- Para o povo romeiro poder fazer penitência.
- Quanto tempo faz que estais aqui?
- Fez um gesto com o dedo, com se quisesse dizer:
"há muito tempo".
- Se sois a Mãe de Deus, então dai-nos
vossa benção.
Instantaneamente as duas videntes exclamam: "Olha
lá!!! Está nos abençoando"... e fizeram o sinal da
cruz.
- Se sois a Mãe de Deus e a criança
é o Menino Jesus, manda que Ele nos dê a benção.
Neste momento, as duas pobres camponesas, admiradas
e transportadas de júbilo, exclamaram: "Ele já sabe dar a
benção também!" Fizeram mais uma vez o sinal da cruz.
Uma das meninas exclamou ainda: "Agora vimos a outra
mãozinha do menino. Até agora ela estava enlaçada
ao pescoço da Mamãe. Ele estende para o senhor os dois bracinhos."
Fiz ainda muitas perguntas, obtendo respostas certas.
Descendo eu, disse às duas meninas: "Agora
vejam se a Senhora ainda está lá". Responderam ambas: "Sim,
Ela está em frente de sua casinha, abençoando-nos".
- Para que tanta benção? disse eu,
como se estivesse amolado e em tom grave.
As meninas ficaram trêmulas e atemorizadas.
- Pergunta a Ela, para que tanta benção!
- Para que sejais felizes, disse Ela.
Perguntei de novo, em alemão: "Somente as
duas ou eu também."
Responderam elas: "Para o senhor também".
Tudo o que vi impressionou-me muito, excedendo as
minhas expectativas. Umas das perguntas versou sobre os acontecimentos
de Koenigsreuth, perguntando se aqueles fatos eram de Deus ou do demônio
- "É de Deus", disse a aparição.
-
VI. PROVIDÊNCIAS E OPOSIÇÕES
As providências do Bispo foram as seguintes:
que as meninas fossem examinadas pelo médico. Procedeu-se ao exame
e averiguou-se que ambas são completamente sãs.
A aparição repetia-se. Mas as contradições
surgiam à medida que se falava nas aparições.
A água corria constantemente, em pouca quantidade,
e como que saindo da pedra.
Começaram as curas extraordinárias;
foi pena que os médicos não fossem avisados para examiná-las.
Em todo o caso, o povo dá veracidade aos fatos e neles crê.
Opinam que tenha havido profanação
da fonte, embora não se saiba ao certo; e Nossa Senhora pediu que
se fizesse um muro ou uma cerca, pois só as almas contritas e piedosas
podiam assim aproximar-se afim de fazerem orações e penitências.
Fez-se a cerca, visto as pessoas se aglomerarem
sempre mais em romaria. Veio a polícia e derrubou a cerca. Imediatamente
secou a água até então corrente.
O sacerdote mandou de novo construi-la e fechou
as portas; logo depois a água brotou.
Após oito dias veio a polícia novamente,
destruiu a cerca e, como na outra vez, desapareceu a água.
Falou-se que houvera sido o Bispo quem mandou a
polícia.
Este negou-o, dizendo que não sabia de nada.
A aparição repetidas vezes veio e
as meninas afirmaram que a Senhora lhes dissera: "Tenham paciência;
as coisas que vêm de Deus são mesmo assim".
Mandou então o padre que as meninas perguntassem
a Nossa Senhora quem havia mandado os soldados, e a resposta foi esta:
"Quem mandou foi um padre!"
Quinze dias depois, uma carta das meninas chegou,
dando-me o nome do culpado.
Entretanto, a água não corria mais
naquele lugar, mas um pouquinho acima. As meninas afirmaram que tinham
pedido a Nossa Senhora para fazer a água sair novamente; então
começou a correr.
Nossa Senhora recomendou que não se disesse
isto a qualquer pessoa, para que só os bons recebessem da água.
Maria da Luz entrou num colégio, a pedido
de Maria Santíssima, para mais tarde, após ter adquirido
um pouco de instrução, entrar no convento. A aparição
pediu que as despezas necessárias fossem feitas pelo Padre, autor
daquelas perguntas.
Maria da Conceição está ainda
com seus pais, em casa: parece-me que ela nunca mais viu a aparição.
Outro fato sobre Maria da Luz: em todas as festas
de Nossa Senhora, ela a viu na montanha de Guarda.
Certo dia, perguntando algo a Nossa Senhora, recebeu
esta resposta: "Nunca mais me manifestarei aqui em Guarda e os três
castigos não virão já, porque o povo está melhor;
mas é necessário ainda rezar muito e fazer penitência".
Recomendou de novo a devoção ao Coração de
Jesus e a Ele.
-
VII. CONCLUSÃO
Tal é a narração publicada
na revista Koenigsreuth. As relações escritas que me foram
transmitidas, sendo recolhidas dos lábios do próprio sacerdote
que formulou as perguntas são mais extensas, porém a narração
acima é o resultado fiel do conjunto e outros pormenores nada de
essencial ajuntam ao fato.
FIM